Odontopediatria

O que é a Odontopediatria?

Odontopediatria é a área da medicina dentária dedicada à saúde oral das crianças e adolescentes e tem como objetivo garantir que os pacientes atinjam a idade adulta com uma dentição saudável, estética e funcional e, ainda, que a possam conservar ao longo da vida.

Um tratamento precoce promove as condições normais para um crescimento e desenvolvimento ótimos. O êxito do tratamento odontopediátrico não é apenas a realização do mesmo, mas, também, conseguir uma atitude positiva e responsável da criança pela prevenção e manutenção da saúde oral.

O primeiro dente de leite

Geralmente o primeiro dente erupciona entre os 6 e os 8 meses de idade, podendo existir diferenças entre meninas (mais precoces) e meninos, e sendo considerada normal uma variação de mais ou menos 6 meses.

A erupção da totalidade dos dentes de leite ou decíduos (10 maxilar superior e 10 maxilar inferior) estará terminada entre os 2 anos e meio e os 3 anos, podendo sempre ocorrer pequenas discrepâncias individuais.

Acompanhamento profissional

A criança deve iniciar a primeira consulta quando erupcionam os primeiros dentes, normalmente chamados “dentes de leite”, ou o mais tardar até a criança perfazer 1 ano de idade.

Desta forma é estabelecido um plano preventivo de saúde oral, e é possível interceptar hábitos potencialmente prejudiciais e orientar os pais nos cuidados a ter a partir desta fase. As revisões devem ser feitas a cada 6 meses, embora em casos de risco elevado de cárie o intervalo deverá ser de 3 meses.

Cuidados com dentes de leite

Apesar de temporários os dentes de leite têm um papel muito importante em diversos níveis:

  • Permitem o crescimento das estruturas faciais nos primeiros anos de vida;
  • Reservam espaço para os dentes definitivos que os substituem mais tarde e servem de guia de erupção para os mesmos;
  • Auxiliam na dicção correcta e desenvolvimento de um discurso claro
  • Auxiliam numa boa nutrição ao permitir a correcta mastigação e trituração dos alimentos
  • Estimulam o crescimento dos maxilares com a mastigação.

Dentes definitivos

Os primeiros dentes definitivos nascem entre os 5 os 6 anos de idade, dando inicio à Dentição Mista e é uma fase que deve ser bem conhecida pelos pais. Geralmente o primeiro dente definitivo nasce atrás de todos os dentes decíduos (dentes de leite) e é o Primeiro Molar Definitivo.

Nascem 4 dentes na totalidade, 2 por maxilar. Como estes dentes não têm antecessores provisórios têm que “romper” a gengiva para erupcionar, o que pode provocar desconforto ou dor na criança. Os pais devem ser alertados que estes Primeiros Molares nascem atrás dos dentes deciduos sem que caia nenhum dente, evitando assim possíveis enganos ao confundi-los com dentes de leite.

Cárie dentário precoce

Define-se como a presença de sinais de cárie dentária, dentes tratados ou ausentes por cárie antes dos 6 anos de idade. Podem ser adoptadas várias medidas para prevenção destas lesões, tais como:

  • Amamentação materna pelo menos até aos 4-6 meses de idade
  • O biberão dado à criança apenas quando está acordada e somente com leite ou água
  • Não colocar no biberão ou na chucha líquidos açucarados
  • Após erupção do primeiro dente iniciar a sua correcta higiene

Perguntas Frequentes

Esta é uma fase que pode trazer algum desconforto para o bebé e muita preocupação para os pais.

Os sintomas mais frequentes, geralmente perceptíveis para os pais, incluem gengivas avermelhadas e por vezes inchadas, falta de apetite, aumento da salivação, irritabilidade e alterações no padrão de sono.

Caso exista febre, vómitos ou diarreia a criança deve ser consultada pelo pediatra de forma a avaliar outra possível causa subjacente.

Os pais podem aliviar o desconforto do seu bebé limpando a boca com uma gaze molhada 2-3 vezes por dia, aplicando gel próprio na gengiva disponível em farmácias ou recorrendo a mordedores próprios existentes no mercado.

Em Portugal, de acordo com as directrizes da Direcção Geral de Saúde(DGS), deve ser feita a aplicação tópica sob a forma de dentífricos para escovagem, apropriados às diferentes etapas de crescimento.

Os comprimidos e gotas, muito usados no passado, são desaconselhados.

De acordo com a DGS, a partir da erupção do primeiro dente e até aos 3 anos a escovagem deve ser feita pelos pais 2 vezes por dia, sendo a escovagem ao deitar obrigatória.

Os pais pode utilizar uma gaze molhada, dedeiras próprias para o efeito ou escovas macias com tamanho adequado.

Entre os 3 e os 6 anos de idade deixar progressivamente a criança escovar, mas sempre com supervisão e auxílio.

A escovagem deve ser realizada 2 vezes por dia, sendo uma delas ao deitar e com escovas adequadas à idade.

A partir dos 6 anos a norma é a mesma, alterando apenas a quantidade de dentífrico.

Segundo a DGS, dos 0 aos 5 anos de idade a pasta deverá ter uma concentração entre 1000 e 1500 ppm de Flúor, e a quantidade a usar deverá ser semelhante ao tamanho da unha do 5.º dedo da criança ou equivalente a um grão de arroz.

Evitar sempre que a criança engula a pasta, o que nem sempre é fácil devido aos sabores apelativos das mesmas.

A partir dos 6 anos de idade a concentração de flúor na pasta será de 1500 ppm, e a quantidade a usar semelhante ao tamanho de uma ervilha.

Idealmente este hábito deve ser abandonado até aos 3 anos de idade, o que permite que possíveis alterações no desenvolvimento das arcadas dentárias sejam maioritariamente auto-corrigidas.

Os selantes de fissura são uma de resina fluida que se aplica sobre a superfície oclusal de molares e pré-molares com o objectivo de selar as fossas e fissuras. Estão indicados após a erupção do primeiro dente definitivo. Tem como objectivo prevenir o aparecimento da cárie dentária, uma vez que actuam como uma barreira física não permitindo a entrada de bactérias nas fissuras e fossetas, essenciais à iniciação e desenvolvimento do processo de cárie dentária.

Quando ocorre um traumatismo a criança deve ser observado pelo médico dentista. No caso de uma fractura de um dente definitivo, é importante, caso seja encontrado, ser transportado em meio húmido (soro fisiológico ou leite) até ao dentista para que possa ser colado.

Quando ocorre uma avulsão (saída completa do dente da gengiva), ser for um dente decíduo, não há indicação para ser reimplantado, mas se se tratar de um dente definitivo, poderá ser reimplantado no mesmo sítio. Nestes casos, o dente deve ser transportado em meio húmido, segurá-lo pela coroa, limpar em água ou soro. A taxa de sucesso da reimplantação é tanto maior quanto menor o tempo de espera entre o acidente e o tratamento.

Esta pigmentação negra não está relacionada com a higiene oral e tende a desaparecer com o tempo. Pode ser retirada facialmente com destartarização.

As crianças devem ser tratadas com a sua colaboração, ganhando confiança com o tempo. Caso não se consiga a colaboração da criança pode recorrer-se a tratamentos com sedação consciente, para evitar que a criança tenha uma experiência traumática.

É uma sedação superficial, por via inalatória com uma mistura gasosa de 50% de prótoxido de azoto e 50% de oxigénio. Este é um dos métodos de sedação mais seguros, deixando o paciente apto para a sua vida normal imediatamente após o procedimento. Está indicada em pacientes ansiosos e odontofóbicos, ou crianças, permite alcançar um estado de total relaxamento e tranquilidade, ao mesmo tempo o paciente está acordado, cooperante e em total segurança, facilitando assim o tratamento dentário.

É um método de analgesia, seguro, não invasivo, com um efeito calmante e relaxante, com tempo de recuperação de 5 minutos. De inicio rápido e curta duração. Muito útil em crianças não colaborantes ou adultos que tenham fobias de dentista.

A agenesia dentária é uma das anomalias congénitas mais frequentes nos humanos e caracteriza-se pela ausência de um ou mais dentes, comprovada radiograficamente. Há divergências quanto à frequência das agenesia dos diferentes dentes, contudo é consensual que as agenesia múltiplas são mais raras.
A agenesia pode envolver qualquer dente da arcada, sendo mais frequente a dos terceiros molares (sisos), seguida dos segundos pré-molares e incisivos laterais superiores. Independentemente do dente envolvido, pode ocorrer em apenas de um dos lados da arcada ou bilateralmente.
Existem diversos tratamentos possíveis, cabe ao Médico Dentista avaliar cada caso clínico, sendo que geralmente a abordagem das agenesia dentárias é multidisciplinar:

  • Ortodontia: cujo objetivo primário é reposicionar os dentes, organizar os espaços, fechá-los ou abrir o espaço para o dente que está em falta;
  • Implantologia ou prostodontia: visa repor a substituição dos dentes em falta após o tratamento ortodôntico.

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