Periodontologia

O que é a Periodontologia?

A Periodontologia é a área da Medicina Dentária que se dedica à prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças periodontais ou das gengivas. A inflamação e o sangramento das gengivas são situações relativamente comuns, causadas pela presença de bactérias no sulco gengival, levando a uma gengivite. Se a gengivite não for tratada e se houver suscetibilidade do paciente, as bactérias vão penetrando mais profundamente, atingindo o osso, ativando a sua destruição, instalando-se então uma periodontite.

A doença periodontal é uma das principais causas de perda precoce de dentes em adultos. As doenças periodontais são doenças crónicas pelo que, após se ter controlado a doença com os tratamentos, é estabelecido um plano de manutenção ou de suporte destinado a evitar que ocorram recidivas.

Cirurgia periodontal

O tratamento periodontal não cirúrgico permite resolver os casos mais leves de periodontite. Em situações moderadas/avançadas poderá existir a necessidade de tratamento cirúrgico. A necessidade de tratamentos adicionais é avaliada caso a caso após a conclusão do tratamento não cirúrgico.

O tratamento cirúrgico é feito com anestesia local e permite ter um acesso direto às raízes dos dentes de forma a proceder à sua descontaminação. Em situações pontuais poderão ser utilizados biomateriais para promover a regeneração do osso perdido, melhorando o prognóstico dos dentes envolvidos.

Restauração Estética Dentária

Sucesso do tratamento periodontal

Para o sucesso do tratamento periodontal é fundamental a realização das técnicas de higiene oral recomendadas e o acompanhamento em consultas regulares de controle, de forma a prevenir a recidiva da doença.

O tabagismo é outro dos fatores de risco mais importantes associados à doença periodontal, estando a cessação tabágica associada a uma melhoria dos resultados obtidos. Algumas formas de periodontite estão fortemente associadas a uma componente genética pelo que familiares diretos (irmãos, filhos) deverão efetuar uma consulta de despiste.

Sorriso gengival

Em determinadas situações existe uma exposição excessiva de gengiva durante o sorriso, o denominado sorriso gengival. Esta situação pode ser considerada inestética e alguns casos podem ser melhorados com recurso a cirurgia periodontal.

Este procedimento, bastante simples, é efetuado com electrobisturi ou laser e permite aumentar as dimensões dos dentes, que muitas vezes são demasiados curtos e quadrados, e diminuir simultaneamente a exposição de gengiva, contribuindo para uma maior harmonia do sorriso.

Um escovagem traumática (com demasiada força ou com uma escova demasiado dura) pode estar associada à retração das gengivas (recessões gengivais). As recessões gengivais podem causar problemas estéticos, hipersensibilidade dentária e maior risco de cáries radiculares. As recessões gengivais podem também ser tratadas com recurso a cirurgia periodontal. Se estiverem reunidas as condições ideais, é possível recobrir uma raiz previamente exposta, alcançando excelentes resultados do ponto de vista estético.

Dor na Gengiva

Periodontite

A Periodontite é uma doença crónica inflamatória multifactorial que resulta numa destruição dos tecidos de suporte (formação de bolsas) e sustentação do dente.  A placa bacteriana serve de fator agressor do periodonto e, se houver suscetibilidade, a doença começa a desenvolver-se.

Caso não se proceda ao tratamento e controlo periódico, esta doença poderá levar a uma destruição do tecido ósseo e, consequentemente, à perda dentária.

Tratamento

O Tratamento Periodontal consiste na eliminação da inflamação gengival através da remoção do tártaro subgengival, da eliminação de bolsas periodontais e do estabelecimento de contornos gengivais adequados que coincidam com a manutenção da Saúde Periodontal.

É muito importante que o paciente esteja motivado, e que realize uma boa higiene oral. Ao fim de cerca de 8 semanas é realizada uma consulta de reavaliação, onde são feitas novas sondagens.

As consultas de manutenção periodontal geralmente duram entre 45 a 60 minutos e a frequência dessas consultas varia de acordo com os resultados obtidos e as necessidades do paciente. Em alguns casos, pode ser recomendado que o paciente passe para uma fase de manutenção com visitas periódicas entre 3 e 6 meses, visando prevenir a reincidência da doença, especialmente se houver presença de bolsas periodontais e boa higiene oral.

Em outras situações, como a presença de bolsas periodontais e má higiene oral, pode ser necessário realizar tratamento cirúrgico ou motivar o paciente a melhorar sua higiene oral e realizar novos alisamentos radiculares. Dependendo do caso, podem ser necessárias consultas de manutenção a cada 4 ou 6 meses.

Perguntas Frequentes

A diabetes mellitus é uma doença de natureza crónica que resulta numa alteração do metabolismo dos hidratos de carbono (açucares) devido a uma insuficiência, total ou parcial, da produção de insulina. O aumento de glicose no sangue vai provocar alterações em diferentes funções do organismo, nomeadamente na resposta inflamatória, na cicatrização dos tecidos, na resposta imunológica e na circulação sanguínea. Estas alterações levam a um aumento da suscetibilidade a infeções na cavidade oral.

Por sua vez, a periodontite é uma doença crónica inflamatória multifatorial que resulta numa destruição dos tecidos de suporte (formação de bolsas) e sustentação do dente. Caso não se proceda ao tratamento/controlo periódico, esta doença poderá levar a uma destruição do tecido ósseo, e consequentemente à perda dentária.

Ao se associar a doença periodontal com a diabetes, verifica-se que existe uma relação bidirecional: a diabetes vai provocar uma maior destruição dos tecidos periodontais, agravando assim a severidade da periodontite e, por outro lado, a doença periodontal vai alterar a resposta à insulina e, consequentemente, agravar a condição da diabetes.

A diabetes, por si só, não causa doença periodontal, mas pode alterar a evolução de uma periodontite preexistente, na medida em que o nível de controlo glicémico do paciente está relacionado com a presença e severidade da doença periodontal. Pacientes diabéticos pobremente controlados têm um maior risco de desenvolver periodontite, quando comparados a diabéticos bem controlados ou a não diabéticos.

A periodontite é uma inflamação multifactorial, na qual há destruição dos tecidos de suporte do dente, originando a formação de bolsas periodontais. Caso não seja realizado nenhum tratamento/controlo periódico, esta doença poderá levar a uma destruição do tecido ósseo e, consequentemente, à perda dentária.

A hipertensão arterial sistémica é a doença cardiovascular mais frequente e o principal factor de risco para a lesão cardíaca e cerebrovascular. É uma doença crónica em que a pressão sanguínea nas artérias se encontra constantemente elevada, com valores para a pressão sistólica >140mmHg e para a diastólica >90mmHg.

Tem vindo a ser sugerido uma relação da periodontite com a hipertensão arterial, uma vez que os produtos inflamatórios/bacterianos provenientes da doença periodontal se disseminam e podem induzir lesão nos vasos sanguíneos e aterosclerose.

Por outro lado, a hipertensão arterial também pode acabar por induzir a periodontite, uma vez que ao haver uma redução da circulação sanguínea vai haver uma redução da chegada de nutrientes aos tecidos com as suas inevitáveis consequências.

Deste modo, é necessário reforçar a ideia de que o paciente deve ser acompanhado adequadamente por técnicos de saúde especializados na área, Médicos e Médicos Dentistas, de modo a estabelecer estratégias de prevenção primária, antes do estabelecimento da doença, ou métodos de prevenção secundária, quando a doença já se encontra presente.

Alterações fisiológicas e hormonais que ocorrem durante a gravidez podem manifestar-se em vários sistemas do organismo, e desta forma manifestar-se na cavidade oral.

A gengivite é a manifestação oral mais frequente, representando uma prevalência de 60 a 75%. Esta é agravada pelas alterações de hormonas em combinação com alterações na flora microbiana e diminuição da resposta imunitária, provocando aumento do volume gengival e hemorragia.

A saúde oral da grávida acaba por se relacionar com a saúde geral do recém-nascido; pode haver disseminação de microorganismos patogénicos e produtos tóxicos para o complexo feto-placentário, podendo, deste modo, estar associado a um maior risco de desenvolvimento de diabetes gestacional, pré-eclampsia, parto prematuro e baixo peso à nascença.

A periodontite é uma doença bacteriana, relacionada com o funcionamento do sistema imunitário, que provoca uma suscetibilidade para o aparecimento da doença. Além disso, há indícios de que exista uma forte carga genética no aparecimento da periodontite.

No entanto, por ser uma doença bacteriana, pode existir contágio entre pessoas próximas, caso sejam suscetíveis.

É aconselhado realizar uma consulta de avaliação peridontal, caso o parceiro tenha periodontite.

Como também é aconselhado aos jovens adultos, a aprtir dos 20 anos de idade, a realizarem uma consulta de avaliação periodontal, caso o pai ou a mãe tenham periodontite diagnosticada.

Alguns pacientes que têm periodontite, por apresentarem dentes muito apinhados (encavalitados) que dificultam ou até impossibilitam uma higiene oral adequada, têm indicação para colocar aparelho ortodôntico. Este aparelho deve fazer forças suaves e ligeiras. No entanto, só está indicada a colocação de aparelho ortodôntico nos pacientes onde a peridontite está controlada e não ativa.

Os implantes dentários foram criados e desenvolvidos por médicos periodontologistas para conseguirem substituir os dentes perdidos devido à doença periodontal. No entanto, se o paciente não fizer as consultas de manutenção periodontal e não seguir as instruções de higiene, a perda de suporte de osso que ocorre nos dentes naturais com a evolução da doença periodontal não tratada também ocorre nos implantes, sendo a sua progressão ainda mais rápida. Se existirem os cuidados adequados na manutenção dos dentes e implantes estes permanecerão intactos como os dentes. Paciente fumadores têm mais riscos de perda de implantes e uma evolução mais rápida e agressiva da doença periodontal.

A periodontite é uma doença sistémica que se manifesta na boca. Por isso sim, tem influência no estado de saúde geral, e como já foi descrito acima, pode ter influência negativa na evolução de outras doenças, como diabetes, doenças pulmonares e cardiovasculares e parto prematuro de bebés de baixo peso.

O tabagismo é um dos mais importantes problemas de saúde pública característico apenas da espécie humana. Apesar dos quarenta anos passados desde o primeiro documento governamental sobre os prejuízos do fumo à saúde, o mesmo persiste como uma das principais causas preveníveis de morte no mundo.

Uma série de dados têm sido apresentados e demonstram que, de todos os riscos identificados, o fumo é um dos fatores de risco mais significativos para o desenvolvimento da doença periodontal. Estudos epidemiológicos revelaram uma alta prevalência e severidade da doença em fumantes quando comparados a não-fumantes, indicando a ação direta do tabaco nos tecidos periodontais e relação de efeito dose-dependente entre fumo e doença periodontal.

O tabaco é considerado um dos mais importantes fatores de risco, pois atua na resposta imunológica, na vasoconstrição mascarando a doença, causa citoxicidade em tecidos bucais e alteração flora microbiana oral.

Uma correta higiene oral diária por parte do paciente é fundamental na prevenção e controlo da doença periodontal. Sendo a acumulação de placa bacteriana um dos fatores para o aparecimento e desenvolvimento da periodontite, a remoção mecânica e química da placa bacteriana é a chave para o sucesso do tratamento periodontal e prevenção do aparecimento de gengivite e, posteriormente, periodontite.

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